24.10.07

Peregrinação a Fátima …(7) …

Sétimo dia – Sábado
Dia 13 de Outubro de 2007

Último dia de peregrinação…

Desta vez não existiu alvorada, nem chamamento, para o que quer que seja, cada um já estava por conta e risco, assim se podia levantar mais tarde… mas tal não foi possível, pois logo cedo e devido ao costume, cedo se começou a levantar todo aquele acampamento, dentro do ginásio.

Um pequeno-almoço oferecido, pela organização, com pão fresco, pois alguém tinha providenciado o mesmo.

Telefone para a filha para saber a localização em que se encontrava, pois ficou a filha mais velha com a incumbência de nos ir buscar a Fátima. Ainda estavam um pouco atrasados, mais ainda traziam o meu neto mais velho o que logo impossibilitava de todo, eles assistirem à missa e à procissão do adeus no Santuário, tal era o mar de gente.

Tomada de um cafezinho, numa baiuca numa esquina do percurso entre o ginásio e local da liturgia.

Vão sendo horas, de nos aproximar-mos, pois pelo registo da noite passada, hoje e com dia ainda seria maior a dificuldade, de nos aparcarmos com os famosos banquinhos, que tanta dificuldade houve na sua aquisição na noite anterior.

Mas lá encontra-mos lugar, perto do mesmo local, perto de nós, chegou um grupo de peregrinos Italianos, que logo ali abancou, simpáticos os casais, muito novos por sinal, mas cheios de devoção, logo atrás um fogoso grupo de espanhola e espanhóis… que estavam sempre a dar vivas à Virgem, Também um grupo da Venezuela não estava distante… de resto à nossa beira, eram Portugueses de todas as idades formas e feitios, letrados e não letrados.
Os altifalantes iam dando alguma música e cantos à Virgem, quando chegou o cântico mais conhecido, então saiu um coro uníssono cantando o “13 de Maio na cova D’Iria”, em todas as gargantas, por espectacular que pareça, os espanhóis, cantaram em espanhol a canção o mesmo fazendo os Italianos.

Pelo frio da noite anterior, e também devido ao cantar (sou um desafinador por excelência… e a minha voz de barítono, mais perto do coaxar de sapo do que um Roberto Carlos), fiquei tossindo um pouco e com a voz rouca… uma senhora que não conhecia de parte alguma, meteu a mão ao bolso e me deu um rebocado de mentol, por ser diabético, ainda estive para rejeitar, mas pensando no acto simples e desinteressado da senhora, me senti incapaz de o fazer e o rebuçadinho foi ali mesmo saboreado. Certo é que a rouquidão logo passou. Não sei o nome da Senhora, mas fica mais uma vez e aqui o meu agradecimento.
A Virgem é retirada do seu altar da Capelinha e é levada, até à nova basílica ali se forma um extenso cortejo, com Cardeais, Arcebispos, Bispos, Padres acólitos e sei eu lá quem mais.

Os Andar com a Virgem vêm aos ombros dos Soldados da Paz (Bombeiros Voluntários, em Portugal são poucos os profissionais, nesta arte de proteger os bens e acompanhar o próximo).
Já se vêm muitos lenços brancos acenado à Virgem, quando ela passa, todo este percurso, demora que parece uma eternidade, sendo sempre Nossa Senhora acompanhada por cânticos de louvor em sua honra, quando a Imagem da Virgem passa perto de nós, pelo segundo dia se me travou a voz e a garganta, só dei por a Rosa me estar pendurada no pescoço, beijando-me e eu a ela… é uma alegria indescritível.
Foi colocada a imagem no altar em zona privilegiada onde todos os peregrinos a pudessem ver.
A Missa é presidida por um Cardeal Italiano (Secretário do Papa), quando ele fala na língua de um grupo ou grupos de peregrinos, é o delírio dos mesmo, levantam bandeiras dos seus países, chegando mesmo a chorar de comoção…

Eu já estive no Vaticano e também vi o papa, no alto de uma janela dirigir-se à multidão de fieis, e sei bem o que se sente quando ouvimos as palavras ditas na nossa língua, e nós respondemos para que todos saibam… estamos aqui… elevamos as bandeiras, pulamos, rimos e alguns choram.
Termina a Eucaristia, se volta a formar a procissão, agora é mesmo o Adeus, lenços brancos e mais lenços esvoaçam por cima das cabeças… lenços e lenços que não param de esvoaçar enquanto e ouve e se canta louvores à Virgem.
Por fim retoma à sua Capinha ao seu altar, e por ali se terminam as cerimónias no Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

É a debanda daquelas gentes que de todo o Pás vieram, mesmo dos quatro cantos do Mundo. Agora é o aperto, com todos a querem saírem ao mesmo tempo, pouco faltando para se atropelarem uns aos outros, uma Srª que se esbracejava para sair mais rápido, lá a avisei que não era modo de sair, pois se fosse de joelho ao chão dificilmente sairia com a saúde em bom estado, tal era o mar de gentes, correndo para as saídas.

Como, a Carla e o Marido, não chegariam a tempo da missa e por trazerem o Afonso, ficou então combinado, para melhor gestão do tempo eles almoçariam e se encontrariam connosco no Ginásio do Colégio, lá lhe demos o nome da rua e o nº.

Chegados ao ginásio, já lá se encontravam alguns companheiros, apresentação de alguns familiares dos mesmos e almoço, com o que ainda havia restado do Jantar da noite anterior.
Logo chegou a minha equipe de resgate, que me levaria, novamente para as quentes e calorosas terras do Sul.
Agora a viagem é feita de Auto-estrada, vamos contado algumas peripécias aos filhos, e mais rápido que uma fagulha chego a casa… pudera Auto-estrada desde Fátima até Évora.

Já pela noite, me deito na minha cama… já não tinha esta sensação de bem-estar desde os tempos de Moçambique.

Agora que tomei o gosto qualquer dia faço outra… ser peregrino para S. Tiago de Compostela, eu depois conto, não sei quando mas conto...

Que todos sejam felizes e almejem as vossa esperanças.


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