22.11.08

Revendo amigos da outra margem....


Visita da Lana

Tocou o despertar 5 horas da matina, hora para arrumar o corpo e rumar para Lisboa, melhor dito... direitinhos ao Aeroporto de Lisboa... Esperar a amiga Lana, Médica na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, chegada prevista para as 8h da manhã em avião de carreira (Tap) directamente de Natal.

A manhã estava fria neste Novembro solarengo, onde o Sol brilha mas o moderado frio impera, a viagem que fez sem qualquer sobressalto e pelas 7:45 já o 'pó pó' estava arrumado no estacionamento e se caminhava para a gare das chegadas. Estava um pouco apreensivo, pois da primeira visita da Lana nos desencontramos e foi a Lana a encontrar o casal de jarros Alentejanos... Agora não se poderia repetir a proeza, teríamos de a encontrar na boca da cena.

Estas esperas, são por vezes monótonas, pois desde o receber das malas ao passar pela alfandega é sempre morosidade quem mais ordena... claro que alguns já viajaram em voos internacionais e sabem bem como é a monotonia destes transmites.

Por fim lá apareceu a radiante e simpática Lana, os nossos olhares se cruzaram ao mesmo tempo e iniciamos a festa dos abraços, beijos... tudo o que o reencontro dos amigos traz.

A Lana vem com um grupo Turístico com gentes de Pernambuco e Rio Grande do Norte, passar alguns dias (20) na Europa, com passeios marcados, por Lisboa, Fátima, Porto, S.Tiago de Compostela, Madrid, Saragoça, Barcelona e Paris e não sei mais onde...

A nossa amiga, teve de ainda de falar com a 'Guia' para combinar o reencontro dela com o grupo no Domingo em Fátima, pois o rumo é dar um pulinho a Évora, para podermos conviver um pouco, além de mais a Lana quer muito ver o mais novo rebento da família, o Guilherme de já 4 meses e filho da minha filha Maria João.

Assuntos tratados entre a 'Guia' e nós e a turista rumamos à Cidade Museu (Évora.)

Sol brilhante no horizonte, auto estrada que é uma delícia entre Lisboa e Évora, parámos na primeira área de serviço, para beber um café e a Rosa e a Doutora Potiguar comerem qualquer coisa para aconchegar o estômago... feito o mata-bicho, carripana na via com chegada prevista dentro de 1 hora de viagem, pelas planícies deste Alentejo, carregadas de montados.

Enfim chegados a casa, colocar as malas no quarto que a Rosa destinou para a nossa amiga, breve mostra das obras da futura Residência para Seniores, (casa que a Lana ainda conheceu como minha residência familiar) um pouco de repouso para o corpo da nossa amiga se ir acostumando ao nosso frio, apesar do Sol e saída para almoço em Restaurante de comidinha e só comidinha Alentejana.

Do que comemos e provámos.

Entradas

Queijo Alentejano de Ovelha
Azeitonas
Presunto Pata Negra
Orelha de Porco de Coentrada
Fígado na brasa com coentros

Pratos

Pés de Porco de Coentrada.
Cabeça de Porco com Feijão Branco
Migas com Carne de Alguidar
Coelho Assado com Vinho Tinto
Vitela Estufada

Sobremesa

Tábua de queijos
Sericaia
Arroz doce
Baba de Camelo
Pudim de Ovos
Maçã Assada

Não pense que é muito ou pouco, cada um come o que lhe apetece pois paga o mesmo, o único trabalho é que tem de se levantar da mesa, mudar de prato e talher e voltar à carga, com o que lhe der na gana, ou que lhe encher o olho... a medida é o buxo de cada um.

Para terminar bebemos café Delta, com aquele gostinho tão caracterizo que norteia a marca de cafés de Campo Maior.

Não voltamos, para casa, pois existia a necessidade de colocar novas pilhas na máquina fotográfica, assim tomámos o rumo do centro da cidade para esmoer um pouco o almoço, arrumamos a viatura junto à 'Torre das Cinco Quinas', passamos junto ao Templo a Diana (Romano), entre outros monumentos na passagem... e iniciamos a descida da Rua 5 de Outubro... Vinham correndo e brincando na nossa direcção 2 miúdos, grande festa e alarido, eram os meus netos Afonso e José Maria que brincavam por ali enquanto a Carla (filha) e o José (genro) almoçavam.


Entramos no restaurante e tomamos novo café com os filhos, as mesuras da praxe (eles já conheciam a Lana de outra visita)... Ali nos entretivemos num bate papo até eu me lembrar ao que ia... e eu ia por uma pilhas... meti pernas ao caminho e o neto mais novo quiz ir com o Avô... Claro que estas coisas se compram num estáminé chinês... atravessei a Praça do Geraldo e no meio do emaranhado... há de tudo... encontrei as pilhas... mas o miúdo, queria um brinquedo, acabei por comprar um jipe para ele brincar.

Voltei ao reencontro do grupinho... Mais um palmo de conversa e nos separamos. Eu a Rosa e a Lana voltamos para casa, pois não tardaria a chegada da João com o Guilherme para um lanche em conjunto.

Trrim, toque na porta, abertura do portão, ajuda no carrego do mais novo membro e mais uma vez a festa do reencontro entre a visitante 'Nordestina' e a Maria João se iniciou, agora com todas as atenções viradas, para o pirralho, que sabe-se lá o porquê, iniciou um bem estar na vida até ao adormecer, muito mais tarde... Andou de mão em mão de colo em colo, fazendo flexões com as pequeninas pernas que é um mimo de ver...

Horas de um pequeno lanche... em que o Guilherme continuou de mão em mão, até adormentar, nas mãos da Avó Rosa.


A João, termina a visita, sem antes, receber oferendas da nossa amiga e visitante de Mossoró.

Despedidas feitas, e um pouco de paz e tranquilidade para quem anda acordadinha desde as 5h do dia 21 de Novembro do ano de Cristo 2008.

Mas o tempo urge, que a visita é de Médica (um dia e uma noite)... O jantar está à porta.


Para jantar, convidei o meu irmão e a minha cunhada, já que as filhas tinham outros comprometimentos, fomos jantar a um restaurante de propriedade de um amigo da Carla e do José o restaurante ainda não estava todo pronto, como a sala estava completa, fomos levados para o que um dia será a sala principal... Como a hora já era tardia, o Gil teve de arranjar um manjar alternativo, que se iniciou com petingas e carapaus de escabeche, 'bacalhau à Gomes de Sá' e bife na chapa com saladas, tudo bem regado com um bom vinho tinto do Alentejo.

Terminado o Jantar, cada um para suas casas, a visitante nos acompanhou e foi para um remanso que bem merecia.



Domingo, 6horas e 30 minutos, horas de iniciar a entrega da nossa visitante ao grupo de excursionista brasileiros, a entrega está prevista para ser feita em Fátima.

Desta vez, não fui por auto-estrada fui mesmo, pelas estradas Nacionais, que não são tão más assim, pelo menos não têm buracos nem lombas... passamos, por Montemor-o-Novo, Lavre, Coruche, Almeirim, Golegã, Entroncamento e Tomar... Paragem nesta cidade para estender o corpinho, mata-bicho a meio da manhã, com café e bolinhos, passeio pelo centro e volta à viatura junto ao Rio Nabão... Agora o passeio, continuava, por Ourém até Fátima... mas não ficámos por ali...



























Virámos para Valinhos para dar a conhecer o local do nascimento e da vivência infantil dos pastorinhos.

Visita a uma casa tradicional da altura, deu para ver as alfaias de campo, bem como os trajes usados por altura das aparições.

Pé na rua e visita logo ao lado na casa da Lúcia, casa onde nasceu e viveu por altura do aparecimento da Virgem, lá se encontra o poço onde o Anjo lhes falou.

Agora um salto a casa dos irmãos Jacinta e Francisco, vista pela casa...todas as casas são feitas de pedra sobre pedra.






















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Marco que marca o local da aparição de Agosto


Barriguinha a dar horas, deparamos com um restaurante, que nos pareceu agradável, parámos e abancámos... bacalhau assado e cozido à portuguesa, regado com um bom tinto da casa, a sobremesa, arroz doce e um café para remate do repasto.


Carrinho a ronronar e volta a Fátima para entrega da ilustre visita, no Hotel...

As despedidas, com promessa que nos voltaríamos a encontrar em 2009, mas desta vez, no Rio Grande do Norte... Os beijinhos , os abraços calorosos entre os amigos que se respeitam e estimam.

Adeus Lana, até 2009... espero que a continuação do teu passeio por terras Lusas e na velha Europa e o regresso a terras brasileiras, tenha sido alegre com a felicidade suficiente, para sentires saudades e vontade de retorno em 2010.

Pintor, Escultor, Poeta...genuinamente humano.


Pintor, Escultor, Poeta... "Homo sum: nihil humani a me alienum puto."«Sou homem: nada do que é humano me é alheio.» ... assim se define o amigo Francisco Charneca.

"ANGÚSTIA FRENTE À TELA"

Há uma inerte angústia me desafiando à luta...
implorando eutanásias na agonia dessa alvura...
me desafiando a desvirginar o vazio,
cheio de silêncios cúmplices...
de formas inexistentes...
de cores caladas,
prometidas, projetadas.

Sinto-me só, perdido, impotente
como criança abandonada na multidão da praça
na cidade desconhecida.

Angústias de Camus,
num Processo de Kafka...
a Musa prostituta me abandonou
e levou seu encanto de inspiração.
- Quero escrever um poema a cores,
faltam-me as palavras.

...E ela continua lá...
- branca de angústia,
fértil de sonhos -
à espera que a fecunde...

FRANCISCO CHARNECA,
Cuiabá 10.02.2007

Quer contactar o Francisco então tome nota.

correspondência de correio para

Francisco João Ourives Charneca

- no Brasil:

Rua Oslo nº 25 - Jardim Tropical -
78065-195 Cuiabá MT
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telefone: +55 65 3634 1191

- em Portugal:


Moinho do Largo da Igreja -
7005-100 Azaruja
PORTUGAL

telemóvel: +351 96 4004 716


e-mail:
franciscocharneca@terra.com.br

francisco@charneca.net



O porquê do post... apresentar a última obra escultural... desta feita homenagem das gentes da Aldeia da Amieira no Concelho de Portel ao toiro e ao forcado... Cá no meu Alentejo.

Um toiro o visitante sabe o que é... mas o "Toiro ou Touro Ibérico" sabe o que é e para que serve? Não sabe ... siga este link e terá uma pequena abordagem

E o forcado... também sabe, não é! ... Aquela vara que entre outras coisasserve para colher os figos numa figueira... Também, mas no caso... são moços, que mostram a sua coragem, pegando os tais, bravios e selvagens Touros à unha, sem mais ajuda que os seus companheiros... 8 no máximo.

Para terem uma aproximação a estes moços siga o link aqui apresentado... é só clicar aqui.
Os grupos de forcados, não cobram qualquer valor, pelos riscos que correm ao darem o corpinho ao manifesto... veja mais links... Não tire ideias precipitadas... se não existicem, corridas de toiros... os mesmos seriam uma raça extinta.

Então estão convidados ver a Obra do "Francisco".


O grupo de forcados, com o Francisco de pé ao centro.

O povo admirando "Obra Feita"

Outra maneira de ver...

Outro ângulo da "péga"

Uma breve explicação

A Origem dos Forcados

Em 1836, no reinado de D. Maria II, foi decretado a proibição da morte dos toiros na arena, para remate da lide dos cavaleiros, passou-se a pegar o toiro.

Foi assim que no século XIX teve formalmente origem a existência dos forcados como conhecemos nos dias de hoje.

Descendem directamente dos antigos Monteiros da Choca, grupo de moços que, com os seus bastões terminando em forquilha ou forcados, defendiam na arena o acesso à escadaria do camarote do Rei, que com o decreto de D. Maria II passaram a ser eles a pegar o toiro, evoluindo o nome de Monteiros da Choca, para Moços de Forcado ou simplesmente Forcados.

A pega já se praticava sem galardões de espectáculo e a sua técnica seguramente já era conhecida mas como tudo sofreu algumas alterações até aos dias de hoje.

Depois da reunião do primeiro elemento com o touro, cabe aos ajudas a tarefa de imobilizar o touro para que a pega se considere realizada.

O rabejador é o responsável por rematar a pega.

A Pega

A pega do toiro não é a actividade brutal que pode parecer às pessoas menos conhecedoras, é uma arte que se baseia numa técnica precisa.

Existem vários tipos de pegas, as mais conhecidas e utilizadas nos nossos dias são a pega de caras e a pega de cernelha.

Na pega de caras, o primeiro elemento, o forcado da cara, tem como objectivo fechar-se na cara do toiro, após se ter agarrado aos cornos ou ao pescoço do touro e amortecido o choque da investida.

Não se espera que esse forcado segure o toiro sozinho, apenas se lhe exige que aguente os derrotes com que o touro o tenta lançar fora, até que os restantes sete forcados o ajudem, também sob uma determinada técnica, secundem o seu esforço e imobilizem o touro. Nessa altura a pega é consumada e o touro é libertado.

Também a pega de cernelha obedece a uma técnica. Executada por dois elementos, o cernelheiro e o rabejador, esperam o encabestrar do touro para tentar a sua sorte. Desta feita a tentativa da pega é feita por um elemento agarrado de lado e outro ao rabo do touro, com o mesmo objectivo, imobilizar o touro.

A estética está sempre presente. O forcado vale pela sua serenidade e sangue frio, mas também pela sua qualidade artística. Não necessita de invulgar força ou robustez, antes terá de desenvolver qualidades psicológicas, pelo que se diz que a pega é uma escola de virtudes.

Quando um forcado caminha na arena em direcção ao toiro, sem outra protecção que a confiança na sua destreza, terá de vencer a luta consigo próprio. O medo está sempre presente e a contrapor tem acima de tudo o apoio dos seus companheiros, a dependência um dos outros fá-los ter entre si uma amizade única que os acompanha pela vida fora.

O cernelheiro e o rabejador esperam o encabestrar do touro para poderem tentar a entrada sem serem vistos.

Depois da entrada, o objectivo da pega de cernelha é o mesmo, imobilizar o touro para que a pega se considere realizada.

A Formação

Todos os anos dezenas de jovens procuram experimentar a aventura de pegar um toiro, por intermédio dos amigos ou familiares surgem nos treinos cheios de vontade de mostrar a sua valentia, têm um sonho, ser forcado.

É nos treinos e nas ferras que se começa a conhecer o potencial do futuro forcado. A destreza, a garra e o jeito surgem em bruto prontos para serem moldados pega após pega, aconselhar e corrigir é o papel do cabo perante os novos elementos.

A maneira como se inter relacionam é também um factor muito importante, para o Grupo ter êxito em praça, o colectivo tem de ser forte e o novo elemento tem de conhecer a filosofia do forcado para perante a adversidade conseguir reagir com confiança em si próprio e no Grupo.

Além dos treinos e das ferras, a formação dos novos forcados passa por grupos de escalões inferiores (juvenil, infantil e benjamim), onde o convívio, o lazer e a boa disposição são os factores importantes, mas sempre com o incentivo de os preparar para a nova actividade do Forcado Amador.

Os Grupos

Existem 58 grupos de forcados, sendo 55 Portugueses, 2 Norte-Americanos (Califórnia) e um Mexicano.


Agora uma fotos da "pega"

Sozinho ele e o touro... acredite, o moço está com medo... mas vai sozinho vence-lo, com garbo e sem o demonstrar... mostrando sim, toda a arte e coragem.

Aqui é a doer... ter braços fortes para segurar o bichito, até chegar o resto do grupo... isto não é propriamente para mininas.

O Grupo a chegar... está tudo em andamento... na velocidade e na força do touro.

O Grupo auxiliando... repare que alguns ... já estão sofrendo consequências, nas patas do touro... faz parte da festa...

Veja aqui uma pega... destes moços.


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