25.8.08

Amor




Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor

Luís Vaz de Camões

23.8.08

Amizade


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se amizade permanecer.
Um do outro há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos pra sempre.
Há duas formas para viver sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra: Acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein
1879.1955

Uma Rosa


Não sou como uma abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor,
e depois de outra flor.
Sou como um negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única Rosa
e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele;
e abafado neste aperto supremo,
morre entre os braços da flor que elegeu.

Foi uma Rosa que Deus me deu.

Dança com Indios






Prazer de ter amigos.

Amigos Virtuais, num Meio Real

Semana rica em surpresas, pois tive a o prazer de ter em minha casa amigos de outro País, mais propriamente amigos Brasileiros. Um casal de Cearenses e um Pernambucano.

Fábio, um Pernambucano de Caruáru a tirar mestrado na Universidade de Évora que ficou acantonado, cá por casa.

É louco por Florbela Espanca, já correu Seca e Meca, nesta Cidade, tentando encontrar alguma novidade, ainda não desbravada sobre a Poetisa de

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!


Moço culto, simpático e demonstrando grande força de vontade, para atingir os objectivos a que se propôs, todos estamos fazendo grande força, para que assim seja.

A Glaucy e o Alex, simpático casal que nos veio visitar e conhecer Évora.

A simpatia e a beleza de Glaucy ficou demonstrada ao longo dos poucos dias, neste contacto directo que muito sensibilizaram a Rosa e a minha pessoa. um encanto, é uma pérola do seu Ceará.

Alex moço, bastante simpático com uma forma de ver a vida muito própria, tomando o velho conceito de cautelas e caldos de galinha, não fazem mal a ninguém, um dos expoentes da sua filosofia, mostrando ser bastante simpático, e amigo do seu amigo.

Mas vieram para conhecer Évora e estes amigos Alentejanos, que tiveram o prazer de os receber.

Resolve-mos passear sempre a pé , que por aqui ainda é a melhor maneira de circular e de ir de um ponto ao outro. Os dias estiveram quentes, o que ajudou a algum cansaço no calcorrear, nas pedras da calçada, na subida e descida das ladeiras, para aqueles menos dados a caminhar, não se livraram de umas pequenas dores nos calcanhares e gémeos, foi vê-los derreados ao final do dia.

Iniciamos os três dias de visitas ao centro da cidade, subindo a Rua da Lagoa, iniciando a subida, bem junto ao Convento do Calvário.


Chegados à Praça do Geraldo, foi uma de tirar fotos, esta foi na frente da Igreja de S.Antão, com a Fonte Henriquina em Fundo e o Palácio do Banco de Portugal no outro lado da Praça, aqui perdemo-nos pelas arcadas. Subimos a 5 de Outubro e desembocámos no Largo da Sé, mais fotos, e iniciamos mais uma caminhada , mas agora bem pequena pois os restos do Templo a Diana ( Deusa da Caça) estão mesmo ali ao lado.

Paragem obrigatória na visita à Cidade, são um dos poucos restos da civilização Romana, que se encontram visíveis e acessíveis aos visitantes , outros foram encontradas em escavações, claro na Rua Nova também pode encontrar umas colunas por ali erguidas. E na Alcárvova de Cima pode ver restos da Muralha Romana e em recentes escavações, foram encontrados frescos em casas de senhor de posses, desconhece-se a origem da cidade de Évora, mas foi habitada por Judeus, Mouros, Gregos , Fenícios, Cartagineses, Romanos e antes destes claro está pelos Lusitanos.

Na foto ao lado, tirada na base do Templo Romano, Rosa, Carlos e Glaucy, que não desistiu enquanto não satisfiza vontade de tirar uma foto...eu que até sou um pouco avesso em ficar em fotografia... Não perguntem que nem eu sei.

Daqui foi o grupinho ver o Jardim Diana, onde se pode ter uma vista panorâmica da cidade e seguimos , pelas vielas das traseiras da Sé até ás Portas da Moura onde se sucedeu mais um lote de fotografias , onde se inclui , a torre da Casa Cordovil e as torres sineiras da Catedral., fomos descendo passando pelos meninos da Graça, Igreja de S.Francisco e Jardim Público, onde Fabio fez questão de todos fossem fotografados junto do busto de Florbela Espanca.

Demos corda aos patins que já se fazia tarde e contornando as muralhas, nos fomos chegando até casa, para retemperarmos forças para mais dois dias. Pois os dias seguintes estavam reservados, para se verem museus, Igrejas, Conventos, até a celebre Capela dos Ossos esteve incluida no roteiro e esplanadas para se tomar o pulso ao movimento das gentes na cidade.

E assim se chegou a sábado, dia de partida do casalinho de Fortaleza.

No almoço de despedida, uma feijoada, à "Carlos", devidamente regada com um Redondo "Porta da Ravessa", com uma sobremesa muito Brasileira , criação da Glaucy... e se brindou com um Porto Vintage á saúde dos presentes, e à realização dos anseios, dos convivas presentes, com os votos de nos voltármos a encontrar aqui ou além-mar.


Uma última foto, da esquerda para a direita, a minha filha Maria João, Fabio, Glaucy, Rosa e Alex. no momento da partida da "Estrelinha de Fortaleza" e do Alex, que os levou até outro destino.

Cá vos espero novamente, quando assim o desejarem...até lá obrigado pela vossa visita.


Évora!...O teu olhar...o teu perfil...
Tua boca sinuosa, um mês de Abril,
Que o coração no peito me alvoroça!
...Em cada viela o vulto dum fantasma...
E a minh'alma soturna escuta e pasma...
E sente-se passar menina e moça...

Está se formando um novo paradigma para a amizade. Novas formas de contacto humano que vão além do contacto cara a cara. Claro que sempre existiram os que trocavam correspondências, mas nunca tantos ao mesmo tempo e em situações tão diferentes.

Quando estamos nos comunicando pela Internet, seja por e-mails, blogs, programas de mensagem instantânea, sala de bate papo... o meio é virtual, mas não as pessoas com quem estamos nos comunicando.

Portanto, essas amizades que travamos aqui são muito reais. Vocês podem perguntar se não é uma amizade na qual conhecemos da outra pessoa apenas o que ela quer nos mostrar... mas, realmente, o quanto sabemos dos nossos amigos que conhecemos "ao vivo"? quantas vezes não acontece de nos supreendermos com os nossos melhores e mais íntimos amigos?

Sejam felizes

22.8.08

São Rosas senhor.... são Rosas

As duas rosas.

São duas rosas unidas,
São duas flores nascidas
Talvez no mesmo arrebol.
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Vivendo... bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho no céu.
Como um casal de rolinhas
como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Vivendo, bem como os prantos
Que em parelhas descem tantos
Das profundezas do olhar.
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Vivendo... ai, quem pudera,
Numa eterna primavera,
Viver qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e floria,
Na verde rama do amor.

"Castro Alves"

Uma homenagem ao meu Roseiral.

Silêncio e tanta gente......



Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou

Letra, Música - Maria Guinot

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha



Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca

12.8.08

Ruas do Redondo em dia de festa




As Ruas Floridas são um evento bienal de base popular, cuja tradição remonta ao século XIX e consiste na decoração das ruas da vila de Redondo com flores e outros objectos elaborados em papel colorido. Os residentes de cada rua organizam-se e escolhem um tema, cabendo a coordenação geral ao Município de Redondo.

Os registos escritos mais antigos que dão conta da ornamentação das festas organizadas pelos populares redondenses, remontam a 1838. Há todavia, na tradição oral, relatos passados de geração em geração, que sustentam a feitura de alguns enfeites de papel por moradores, como complemento ornamental às festas de Agosto, consagradas inicialmente à N. Sra. de Ao Pé da Cruz

Em Agosto de 2009 a Festa das Ruas Floridas esperam por si...